Dezenas de departamentos de polícia norte-americanos estão a preparar-se para usar uma tecnologia para iPhone que faz o reconhecimento facial e da íris dos cidadãos, ajudando a identificar potenciais criminosos. O uso desta tecnologia já foi criticado pelos defensores dos direitos civis.
Alguns activistas dos direitos civis temem que os polícias possam começar a usar esta tecnologia sem qualquer espécie de critério (Brendan McDermid/Reuters)
O scanner, que dá pelo nome de Mobile Offender Recognition and Information System (MORIS), foi desenvolvido pela empresa BI2 Technologies, em Plymouth, Massachusetts, e deverá começar a ser usado em breve por polícias de rua ou nos postos de comando.
Esta tecnologia detecta padrões únicos na íris das pessoas, o que pode reduzir a poucos segundos o tempo que espera na identificação de um suspeito em prisão preventiva, por exemplo.
De acordo com a Reuters, esta técnica é bastante mais rigorosa que a tecnologia das impressões digitais, que a polícia já usa há anos, estima a BI2 Technologies.
Para além da identificação pela íris, a tecnologia MORIS consegue ainda - por intermédio do iPhone - fazer identificações faciais, percorrendo uma base de dados de pessoas cadastradas até encontrar uma correspondência.
Cada unidade desta tecnologia custa cerca de 3000 dólares (cerca de 2100 euros).
Mas alguns activistas dos direitos civis temem que os polícias possam começar a usar esta tecnologia na população sem qualquer espécie de critério, fazendo uso de técnicas intrusivas - sem o conhecimento do cidadão - para identificar ex-presidiários ou imigrantes, por exemplo.
A BI2 Technologies alega, porém, que isso seria muito difícil de levar a cabo. Sean Mullin, o director-executivo da empresa, diz que é praticamente impossível obter resultados fiáveis sem que a pessoa esteja a par do que está a acontecer. O MORIS só funciona a 100 por cento se for usado mesmo junto à face.
Apesar deste esclarecimento, os activistas argumentam que esta tecnologia consegue funcionar a uma distância de 1,2 metros e que poderá, por isso, ser usada sem os intervenientes darem conta. Acrescentam ainda que, antes de se usar este instrumento, deverá haver “causa provável” para a sua utilização.
“Aquilo que não queremos é que isto se transforme numa ferramenta de vigilância comum, usada rotineiramente pela polícia, recolhendo informação biométrica de pessoas inocentes”, indicou Jay Stanley, analista sénior da American Civil Liberties Union, em Washington.
Para a polícia, esta tecnologia é antes um instrumento mais de ajuda ao trabalho rotineiro dos agentes, tal como a lanterna, as algemas e a arma.
Cerca de 40 unidades policiais deverão em breve começar a usar esta técnica, incluindo a polícia de Pinal County (Arizona), de Hampton City (Virginia) e Calhoun County (Alabama).
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